Alzira Reigota, viúva do proprietário da aeronave, Fernando Pereira, 64 anos, disse ontem ao CM que um elemento do Aeroclube Lagoa de Óbidos, em cuja pista ocorreu o acidente, "retirou a hélice de três pás e meteu outra de duas, a contragosto do meu marido e também do piloto", que também morreu.
"Ainda ouvi o piloto perguntar--lhe se ele queria que houvesse um acidente, mas recebeu como resposta que o ultraleve iria voar melhor", referiu Alzira Reigota, que na altura do acidente estava junto ao hangar com dois netos. Antes do acidente as duas vítimas já tinham voado sem problemas "durante bastante tempo e até receberam aplausos", recorda a viúva.
Quanto a Igor Soares, um dos filhos do piloto António José, de 61 anos, também manifestou a sua desconfiança em relação à alteração introduzida no ultraleve. "O meu pai tinha uma grande preocupação com a segurança no seu ultraleve e deve ter manifestado reservas em experimentar um avião modificado", declarou Igor Soares.
Entretanto, o presidente do aeroclube, Paulo Santos, afirmou ao CM desconhecer o que se terá passado. Ontem estiveram no local dois inspectores do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves, organismo pertencente ao Instituto Nacional de Aviação Civil. O comandante Artur Pereira e o coronel António Barros contaram nas peritagens com a colaboração do presidente e vice-presidente da Associação Portuguesa de Aviação de Ultraleves, António Rocha e Francisco Fernandes, apurou o CM.
Artur Pereira disse que agora "vai ser feito um relatório preliminar, que estará pronto no prazo de uma a duas semanas, mas ainda vão ser feitas mais pesquisas". Os corpos das duas vítimas mortais terão sido ontem autopsiados.
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