terça-feira, 2 de março de 2010

Ainda bem que não sei tudo!!!!

Como todos por aqui eu sempre sonhei em pilotar uma aeronave. Acreditem, tenho medo de altura, nesse último veraneio em Itapema-SC, nada de ficar debruçado na sacada do quinto andar do predio onde estava, chega me doer os ossos da canela!
Mas...o assunto aqui é outro.

Ultraleve x ABUL.

A impressão que tenho, que quem não mora no eixo Rio/São Paulo, ou nas poucas "principais" capitais do país, e pior, não voa um RV, tá fora das discussões de interesse da ABUL. O Zé ou o Pedro da Silva com seus ML's nem sonham em voar numa terminal e pagar taxas então...não se sabe nem pra que!

Talvez a ABUL já tenha representado o ultraleve no Brasil e hoje ainda acho que representa, mas muito pouco, estão escondendo (não a ABUL) maquinas cada vez mais avançadas e claro velozes, atrás da designação de ultraleve, se continuar assim daqui a pouco um Skylane vai ser enquadrado como ultraleve de quarta geração!
Outra coisa que parece, na verdade não parece, salta aos olhos mesmo, é o fato de se mascarar atrás de um CPD/CPR a capacidade técnica pra se voar uma "bala", que são os avançados hoje em dia. O comentário que circula por aí é que em muitas escolas de pilotagem de ultraleve, se vai fazer a prova de teoria pra CPD/CPR, com a apostila em baixo do braço! Daí é difícil mesmo.

Ultraleve meu povo, é no máximo um V5 ou coisa do tipo. Um "trósso" que dá 300 Km/h, com trem retrátil, piloto automático e outros bichos, não poderia ser qualificado como ultraleve, mas é tão bom né, é uma tentação. Então tá parecendo ou saltando aos olhos outra vez, é que a turma tá achando o "jeitinho brasileiro" de voar algo dos sonhos sem se esforçar muito e o preço como a gente tem visto por aí é ultrapesado.

Tem gente morrendo por causa disso, e de mais um pouco é claro.

Alguém pode perguntar oquê a ABUL tem haver com isso? Já que eu estou escrevendo eu respondo: TUDO. Tenham a coragem de brigar pela retirada junto a nossas autoridades, da categoria de ultraleve, maquinas acima de determinadas velocidades e etc... ou sei lá, puxar na teoria, aumentar a carga horária pra brevetar.

Essa nova aviação ultraleve tá cheia de ex-dono de avião que tá fugindo da ANAC, dos exames de saúde, das taxas, revisões em oficinas homologadas, e outras obrigações que eu nem faço idéia que um dono de avião tenha justamente porque não tenho um e com a vantagem de voar mais rápido do que seu velho Tupi. Nada contra a aviação experimental e seus legais representantes darem guarida a essa situação, só que tem gente entrando pela janela e fazendo bagunça. A indústria vai ofertar ultraleves cada vez melhores, em breve deveremos chegar aos 400 km/h, se é que já não tem um desses por aí e eu não sei. Se a ABUL (com certeza eu é que não) não "pré-requisitar" as coisas pra habilitar a turma, ou brigar pelo devido enquadramento dessas aeronaves e suas respectivas exigências técnicas, o único pré-requisito pra voar um ultraleve ultra-veloz e ultra-moderno vai continuar sendo um bom saldo bancário, nem que você faça perguntas do tipo: Mas onde está o eixo que transmite a força do motor pra ele andar no chão?

Não que não seja uma coisa boa discutir a inclusão de ultraleves cada vez mais "pesados", mas deve/tem algo errado nisso tudo. Quem vai pilotar e como vão pilotar? Acredito ser do maior interesse da ABUL esse ponto, afinal de contas tem um "associado" dentro. Esse tem que ser o foco da discussão, capacitação, quer voar um ultraveloz, então vai pra escola, CCF de 2º classe, 40 horas de voo, Ground School do referido aparelho e provinha de regulamento pra renovar, se bem que tá caindo pergunta se referindo as luzes da torre! pode?

continua.....
É complicado né gente!

7 comentários:

  1. Márcio, fantástico o seu comentário sobre os chamados "ultraleves avançados".
    Já levantei essa bandeira em diversos grupos de discussão que faço parte e quase fui assassinado!!
    Nunca podemos chamar um RV-9 de Ultraleve!! Nao é um CPR que vai te dar condiçoes de voar numa máquina dessas.
    Na verdade estamos diante de aviões de alto desempenho disfarçados de ultraleves.
    O resultado é o que vemos quase todos os finais de semana: acidentes, acidentes, acidentes!!
    Isso precisa mudar! E na minha opinião deveria ser obrigatório o curso de Piloto Privado para se voar os chamados avançados.
    1 abraço, Vinicius.

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  2. Caramba!!!
    Sou visitante exporádico do seu site, porém ao ver essa publicação, fiquei de queixo caido com tanta verdade. Admiro pessoas como você em abrir discussão nessa linha. Vai incomodar muuuuiiiita gente!!.

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  3. Olá,
    No final de ano também estive em Itapema/SC. Tive a oportunidade de conhecer o sítio de voo, próximo ao Angeloni, diversas aeronaves, e também tive conhecimento do condomínio aeronáutico que lá será instalado. Entrei em algumas aeronaves e observei que aeronaves experimentais estão sendo muito mais modernas que aeronaves de instrução para piloto de avião, um exemplo clássico o Aero Boero, hoje você entra em um Conquest fica realmente impressionado com os equipamentos. Coloque no Youtube, "Maluco Aéreo", esse vídeo foi gravado nas praias próximas de Itapema, vendo esse vídeo é incrível, e também díficil de acreditar no que esta se fazendo com um Mistral. Porém na regulamentação se diz que aeronave experimental se deve ter 2 ocupantes no máximo, velocidade mínima de controle 45knots, peso máx. 750 Kg, monomotor, e operação VMC. E nenhum limite de velocidade. Essa discusão é como discutir Boero X Cessna. Quem voa o equipamento defende o próprio. Um forte abraço

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  4. http://www.youtube.com/watch?v=4Yh06IOHZiA&feature=related

    http://www.youtube.com/watch?v=By2nbQES9g8&feature=related

    http://www.youtube.com/watch?v=EoTbzfOgPNI&feature=related

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  5. Caro colega anonimo, essa discussao não é do tipo cada um defende o próprio equipamento que voa, mas sim cada um deve ter o conhecimento técnico necessário para voar o que lhe pertence, o que nao acontece no Brasil.
    1 abraço, Vinicius.

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  6. Senhores,

    Peço licença para fazer algumas considerações. Nos EUA há uns 25, 30 anos a aviação geral homologada simplesmente empacou devido aos altos custos, seguros de responsabilidade, falta de escala, etc. Nada de novo em termos de produtos acontecia. Quem rompeu este marasmo foi exatamente a aviação experimental, que inclui desde pequenos ultraleves até projetos inclusive de aviões com turbina e altas velocidades. O Cirrus que é o monomotor mais vendido do mundo atualmente veio do projeto de um kit que era montado artesanalmente em fundo de quintal. Voar um pequeno ultraleve ou um "avançado" experimental seja ele mais rápido ou mais lento tem sido a saida para aqueles que não conseguem suportar os altos custos da aviação homologada. É um sopro de liberdade no meio do cipoal de regras, taxas e burocracia da aviação "normal". Você Menuzzo que hoje voa feliz o seu Fox II é candidatíssimo a mais dia menos dia ser o feliz proprietário de um "avançado"! É uma evolução natural da maioria que inicia o seu sonho de voar nestes maravilhosos ultraleves tão simples, tão elegantes, tão coloridos. Acho que simplesmente querer separar os ultraleves tradicionais dos "avançados" é dar munição as autoridades que vivem sedentas de regulamentações para acabar com a pouca liberdade que temos hoje e que inclusive democratiza o direito de muito mais gente voar pois o torna mais barato e mais simples. E quanto a ABUL, outro dia ví um ex-piloto que passou seu brevê para CPR reclamando que a prova de regulamento da ABUL estava muito mais difícil e extensa que a da ANAC. Acho que o número de acidentes que tem acontecido inclusive com pequenos ultraleves está ligado muito mais ao aumento significativo das aeronaves que a falta de preparo propriamente dita, principalmente porque a esmagadora maioria das pessoas não quer por em risco sua própria sobrevivência...

    Grande abraço a toda esta comunidade.

    Joaquim

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  7. Agradeço a você Joaquim, pela parcimônia com que teceu seus comentários a respeito de um assunto tão delicado.

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